MV Bill promove rodízio de produtores em seu novo disco, ‘Monstrão’ (Jornal O Globo)

RIO — Alex Pereira Barbosa é MV Bill. E MV Bill é “Monstrão”. Rapper, escritor, cineasta e ator, ele descobriu na expressão — que usou para batizar seu quinto disco, recém-lançado — o respeito conquistado junto às novas gerações que unem ritmo e poesia por influência sua.

— Nunca me limitei a uma zona de conforto, sempre quis diversificar — diz ele, que estreou em 2000, com “Traficando informação”. — Agora me vejo cantando para os filhos do pessoal da minha geração. E para essa turma, eu sou um “monstrão”. Num mundo competitivo como o do rap, ganhar esse respeito é uma honra.

No disco, ele é acompanhado por uma nova e promissora geração de produtores, como o curitibano Andre Laudz (do grupo Tropkillaz), o paulista Luciano SP e o baiano Gug.

— Nas minhas viagens, entro em contato com gente querendo mostrar seu trabalho — conta o rapper. — Acabei chegando a esse time de produtores, que ajudou a renovar a minha música. Cada um tem um estilo próprio, e isso ajudou o disco a não ficar com uma sonoridade só.

Assim, “Vivo” traz um sample de “Walk on by”, de Burt Bacharach; “A lavagem” tem uma levada oriental; e “Eu vou” traz um trecho de “Alegria alegria”, de Caetano Veloso. Já em “O soldado que fica”, o rapper — que estreou há uma semana a segunda temporada do programa de entrevistas “O bagulho é doido”, no Canal Brasil — aborda a delicada questão da pacificação dos morros.

— Existe uma diferença entre ocupação e pacificação. Ocupação é o que temos hoje, e pacificar é uma outra história, que inclui a chegada de outras forças além da polícia.

Depois de atuar em “Malhação” e no filme “Odeio o dia dos namorados”, de Roberto Santucci, ele vai reforçar seu currículo de ator como artista plástico no seriado “Se eu fosse você”, do canal Fox:

— O mais bacana é que os roteiristas e diretores já estão se livrando do estereótipo, afinal, um cara como eu normalmente só faria o papel de segurança. E agora vou ser um artista plástico. É um bom sinal.
Fonte

Enviar um comentário

0 Comentários