PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO - FAZ INAUGURAÇÃO DO TERMINAL MARÍTIMO DE CABINDA | NOTICIA

 
PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO EM CABINDA
DECLARAÇÕES À IMPRENSA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JOÃO LOURENÇO, APÓS A INAUGURAÇÃO DO TERMINAL MARÍTIMO DE CABINDA | 22 ABRIL 2022 
 
TPA - Boa tarde senhor Presidente da República. 
 
Sou o Francisco Mateus Lundi, Televisão Pública de Angola, Centro de Produção de Cabinda.
A minha primeira questão:
 
Senhor Presidente, depois de ter inaugurado o Hospital Geral de Cabinda, depois de ter inaugurado o Terminal Marítimo de Passageiros, visitado a Plataforma “Lifua” e recebido informações de várias entidades da província, qual é o balanço que faz da visita a Cabinda e se está satisfeito com o desenvolvimento da província?
 

A segunda questão, senhor Presidente…
 
PR - Deixe-me responder, não?
 
O balanço que faço da visita a Cabinda é positivo. Devo dizer, sem rodeios, que saio desta província satisfeito. Qualquer um dos projectos que foram, uns inaugurados, outros apenas visitados, são projectos de uma grande importância para a província e para o país. Estou a referir-me ao Hospital Geral de Cabinda, que inaugurámos ontem, estou a referir-me à plataforma que está sendo construída no Malongo, para ser transportada para cerca de 30 quilómetros da Costa, no Projecto “Lifua”. Portanto, é um orgulho para todos nós, uma vez que é a primeira vez que o país tem, de raiz, uma plataforma construída por angolanos. Portanto, sentimo-nos bastante honrados por isso: baixa custos, na produção do petróleo.
 
Bom, finalmente, este importante projecto do Terminal Marítimo de Cabinda. Mas, falando deste projecto em concreto, o Terminal está aí, é muito útil para as populações da província, para as pessoas, para o transporte de cargas. Mas um terminal é simplesmente um edifício. Fazer-se um edifício não tem muita arte, isto para diferenciar deste projecto do quebra-mar. Este, sim, é um projecto que a província há muito esperava, uma vez que, como sabemos, o Porto de Cabinda se encontra em águas que, em certos períodos do ano, são bastante revoltas. 
 

Portanto, é frequente haver calemas aqui no Porto de Cabinda. Calemas que, regra geral, duram semanas, e durante essas semanas impedem a acostagem dos navios de maior porte, dos navios-contentores, que trazem bens para a província de Cabinda. Trazem e levam, uma vez que Cabinda exporta madeira e outros produtos. 
 
Este quebra-mar é uma obra de engenharia de muito grande importância, porque vem, finalmente, resolver este problema. Ou seja, a partir de agora, durante todo o ano, mesmo nos períodos cíclicos de calemas, os navios deixam de estar impedidos de acostar no Porto de Cabinda. Este quebra-mar tem uma dupla função, na medida em que, por um lado, é quebra-mar; portanto, acaba por criar uma espécie de uma baía artificial, mas, no lado oposto do quebra-mar, ele também funciona como um cais acostável, que pelas informações que acabo de receber aqui das autoridades portuárias, tem cerca de 600 metros de comprimento, que é suficiente para atracar navios de qualquer comprimento e de qualquer calado de profundidade, uma vez que, aqui ao lado, depois da dragagem, a profundidade é de cerca de nove metros. Portanto, suficiente para atracagem de qualquer navio.
 
TPA – Como segunda questão, senhor Presidente da República:
 
A TPA sente a satisfação da população para a província e também para o resto do país, mas ainda assim [a população] clama por subvenção do preço do bilhete de passagem de Cabinda para o Soyo ou para Luanda. Existe essa possibilidade?
 
PR – Bilhete… De transporte aéreo ou marítimo?
TPA – Transporte marítimo.
 
PR – Os preços foram anunciados ontem ou anteontem pelas autoridades competentes. Portanto, creio que se baixou para metade o preço que é praticado hoje, e utilizando embarcações frágeis, que, muitas vezes, põem em perigo a vida dos próprios passageiros. Portanto, os passageiros já ganharam o facto de deixarem de ter a sua vida em risco, por um lado, e ganharam cerca de 50 por cento do valor do bilhete. Portanto, creio que o bilhete está a um preço razoável.
 


TPA – Para terminar senhor Presidente, como terceira questão:
 
Depois de ter auscultado o Governo local e a sociedade civil, algumas inquietações foram apresentadas, mormente a Estrada Nacional 110, a sua reabilitação, a Estrada do Yabi, assim como a manutenção da Central Térmica do Malembo. O que é que a província pode esperar sobre estas preocupações que esta região ainda clama? 
 
PR - Bom, eu confirmo que, de facto, os representantes da sociedade civil em Cabinda colocaram um conjunto de questões, algumas das quais estas que acaba de citar, mas eu vou falar delas, uma a uma.
Portanto, uma das preocupações da sociedade aqui em Cabinda é a necessidade da conclusão do Pólo Universitário de Cabinda.
 
O Pólo Universitário de Cabinda está sendo construído com recursos da linha de financiamento da China, que conheceu alguns problemas, mas que, felizmente, estão neste momento superados. Portanto, daí podermos dizer com segurança que quer o Pólo Universitário de Cabinda, quer o Porto de Águas Profundas do Caio, que também está coberto pela mesma linha da China, qualquer um desses dois grandes projectos da província de Cabinda têm a partir de agora a garantia de que serão concluídos.
Portanto, digamos que, entre 2023 e 2024, eu terei muito gosto em voltar a Cabinda para inaugurar esses grandes projectos.
 
Em relação à Estrada Nacional 110, este troço aqui a Sul de Cabinda, que vai até à fronteira do Yema, devo anunciar, sem muito detalhe, que ontem mesmo recebemos a garantia da entidade financiadora de que vai financiar as obras desta estrada que vai até ao Miconje, a 110, a serem executadas por uma empresa bem conhecida aqui na província de Cabinda, que eu não preciso dizer o nome.
 
Outros problemas foram colocados, quer pelos empresários, quer pelas entidades religiosas. Falou-se da necessidade de a província ter uma escola de formação profissional. Portanto, uma província que tem indústria petrolífera - como sabemos a indústria petrolífera utiliza muita metalomecânica, hoje mesmo vimos no projecto “Lifua”, na construção da plataforma, aquilo não é outra coisa senão metalomecânica -, não tem uma escola para formar serralheiros, electricistas, mecânicos, etc. Portanto, é um clamor justo por parte da população de Cabinda e nós assumimos o compromisso de tudo fazer no sentido de colocar aqui uma escola de formação profissional.
 
Bom, dizer também que, já que estamos a falar de projectos para Cabinda, projectos para um futuro breve, nós tomámos a decisão de alterar (será um pleonasmo, espero que me perdoem) a decisão da ampliação do actual Aeroporto Maria Mambo Café, porque concluímos não ser viável. É custoso não só do ponto de vista financeiro, como do ponto de vista social e político, uma vez que uma das cabeceiras da pista do Aeroporto Maria Mambo Café tem construções de um nível que não se deve demolir. 
 
Portanto, é uma área grande construída, com obras de algum valor, de alguma qualidade, e mesmo que o Estado quisesse indemnizar, podia ser que alguém não quisesse sair, mesmo com uma alta indemnização. Isto seria um projecto que iria se arrastando, arrastando...sempre com a promessa de se concluir e nunca iríamos concluir. Então, a nova decisão é concluirmos a aerogare, uma vez que já está aí.
 
A aerogare vai ser concluída, fazer uma ou outra melhoria na pista, manter esse Aeroporto Maria Mambo Café - é normal que uma província tenha mais do que um aeroporto- e começar a construir um novo aeroporto de maior dimensão; este, com uma pista bem maior, que seja crítico para qualquer tipo de avião, fazer dele um aeroporto internacional para que, de qualquer parte do mundo, se possa voar directamente para Cabinda sem se passar por Luanda. Portanto, essa decisão está tomada. Creio que o ministro dos Transportes está aqui ao lado, se eu estiver enganado, ele vai me corrigir. Creio que dentro de dias o concurso público para a construção do aeroporto vai ser lançado e, depois disto, vamos aguardar aí três ou quatro anos para termos um novo aeroporto.
 
Portanto, Cabinda está de alguma forma bem servida com esses novos projectos, mas estará ainda melhor, quando eu vier inaugurá-los quando estiver no fim do segundo mandato.
RNA- Boa tarde senhor Presidente. 
 
Deolinda Luís, Rádio Nacional de Angola, estúdios provinciais.
Depois da inauguração destes dois importantíssimos empreendimentos, que projectos o Governo central pensa inaugurar ainda este ano aqui em Cabinda?
 
PR - Nós vamos inaugurar os projectos, à medida que forem terminando. Portanto, eu citei alguns, avancei o ano de 2023, pode ser que algum deles terminem ainda no final deste ano, lá para Novembro/Dezembro. Eu não quero arriscar. Portanto, devo responder de forma muito genérica, dizendo que entre os projectos que estão em curso, à medida que eles forem ficando prontos, nós vamos inaugurando. Se ficarem prontos amanhã, vamos inaugurar amanhã.
Obrigado!

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