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Não é só “amor na boca...”
Mal a equipa nacional se qualificou para os quartos finais da Taça de África das Nações, batendo aos penalties o Egipto, o recém reeleito Presidente Félix Antoine Tshisekedi, da República Democrática do Congo, “voou” para a Côte d'Ivoire para transmitir, pessoalmente, o seu calor aos jogadores, treinadores e dirigentes que lograram um feito de que o país já andava arredo há uns largos anos.
Entre nós, o mais próximo que o Presidente da República esteve da selecção nacional foi vê-la jogar, pela televisão, confortavelmente instalado numa sala, em que o fotógrafo não marginalizou nenhum detalhe da indumentária circunstancial. Foi por essa imagem que se ficou a saber que mesmo em casa, o Presidente angolano não “brinca em serviço”, ou seja, não enfia os seus pés em quaisquer “João Domingos”.
Chefes de Estado e de Governo de muitos países costumam juntar-se às respectivas equipas quando elas alcançam fases adiantadas de competições continentais ou mundiais.
Entre nós, o Presidente da República não precisa de sair do seu confortável palácio para lhe serem atribuídos os louros até agora alcançados pelas Palancas Negras.
Antiga estrela do andebol feminino mundial, o que lhe vale reconhecimento em todo o lado, feita ministra da Juventude e Desportos, Palmira Barbosa não perdeu tempo a “embrulhar em prenda” ao Presidente da República a qualificação de Angola aos quartos de final da Taça de África das Nações.
Com capacidade de ver o que mais nenhum angolano alcança, aquele comentarista da TPA, que fala de tudo e mais de alguma coisa, também não perdeu tempo a creditar a performance das Palancas Negras ao Executivo e, nomeadamente, ao seu chefe.
Há pouco menos de uma semana, o presidente da Federação Angolana de Futebol, Artur de Almeida e Silva queixou-se do abandono a que foi votada a selecção nacional.
Mas, aquele comentarista da TPA, que fala tanto da Astrofísica quanto do hóquei em patins e da navegação marítima, não hesita em ver o dedo do Executivo no “milagre” das Palancas Negras.
Viajante compulsivo, o Presidente da República não se deslocou à Côte d'Ivoire por excesso de trabalho interno ou os aeroportos daquele país não possuem pistas capazes de acolher o grandioso Boeing 787 Dreamliner em que viaja, até mesmo quando sai a passeio com a parentela, como aconteceu na passagem do ano?
Como cantaria o falecido Man Ré, a relação do Presidente da República com a selecção nacional não se pode ficar só “na boca. Também tem que ser no ambiente”.
Texto de Graça Campos.
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